TEATRO NACIONAL DE SÃO CARLOS

O Teatro Nacional de São Carlos foi inaugurado em 30 de junho de 1793 mantendo-se, ainda atualmente, como o único teatro nacional vocacionado para a produção e apresentação de ópera e de música coral e sinfónica.
Ao longo da sua vivência têm abundado os factos históricos, os episódios sociais e os eventos culturais relevantes, que enriquecem o seu património histórico singular, reunido num edifício de características neoclássicas e de inspiração setecentista e italiana, classificado como imóvel de interesse público em 1928 (8 de setembro de 1928) e Monumento Nacional em 1996 (6 de março de 1996).
Os agrupamentos artísticos residentes são o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, criado em 1943, que interpreta o grande repertório operístico e coral-sinfónico, mantendo-se como a única estrutura coral profissional em Portugal; e a Orquestra Sinfónica Portuguesa, cuja origem remonta a 1993.
O Teatro apresenta uma programação musical regular em três espaços: na Sala Principal, palco de grandes produções líricas e de concertos sinfónicos e coral-sinfónicos, mas também de bailados. O Salão Nobre, que permite o acesso à varanda da fachada, recebe recitais e concertos de diferentes formações instrumentais, leituras de ópera e apresentações mais intimistas. E, ainda, o Foyer – entrada do Teatro –, espaço privilegiado para concertos de câmara e breves recitais de entrada gratuita, que convidam ao convívio informal.
O TNSC promove ou acolhe, também, a realização de encontros, conferências, masterclasses, cursos, concertos de/para escolas e famílias e um conjunto alargado de propostas culturais.
No final de cada temporada, o Teatro organiza o Festival ao Largo, precisamente no Largo de São Carlos. Durante cerca de um mês realizam-se espetáculos de ópera, teatro, música sinfónica, coral-sinfónica e bailado, entre outros, que convidam à celebração festiva da música e das artes performativas. Todos os espetáculos, quer sejam de obras clássicas ou contemporâneas, são de acesso livre e são comentados, garantindo a mediação com os diferentes públicos.
Para além de músicos, coralistas e solistas, as composições líricas vivem da arte e do empenho de encenadores, cenógrafos, desenhadores de luz, aderecistas, costureiros, maquilhadores, maquinistas, eletricistas, contra-regra e técnicos de som e vídeo. A memória das óperas levadas ao palco de São Carlos, pela mão de todos estes artistas e técnicos, é preservada e divulgada pelo Centro Histórico do Teatro, através das exposições de património móvel, guarda-roupa, cenografia, arquivo musical, fotográfico e documental que organiza.
A vocação de divulgar a história da ópera, dos grandes compositores e de São Carlos ao público é também prosseguida pelo Projeto Pedagógico do Teatro, que promove a realização de visitas guiadas ao edifício do Teatro, mas também um conjunto de outras atividades lúdicas e pedagógicas para crianças e jovens, famílias e professores, bem como público em geral, com o intuito de promover a aproximação entre o Teatro e a comunidade.
O extraordinário valor e a beleza arquitetónica do edifício, bem como a excecional qualidade musical que tem caracterizado os seus longos anos de vida tornam o Teatro Nacional de São Carlos figura incontornável da cena artística e cultural portuguesa. Mas muito mais do que mero herdeiro dessa dimensão histórica, o São Carlos é hoje uma casa viva de música e cultura, sempre de portas abertas, que oferece uma programação diversificada, habilitada a corresponder aos mais exigentes melómanos e capaz de cativar os espetadores menos frequentes.
Christoph Dammann é substituído por Martin André na direção artística do teatro.
Realiza-se a segunda edição do Festival ao Largo.
Primeira edição do festival de verão no Largo de São Carlos, Festival ao Largo.
Concertos de verão da OSP e Coro do TNSC no Largo de São Carlos.
Estreia mundial de Das Märchen, encomenda ao compositor Emmanuel Nunes numa encenação de Karoline Gruber.
Comemorações do centenário de Fernando Lopes-Graça com uma série de concertos, recitais e conferência intitulada simbolicamente «Ao Fio dos Anos e das Horas».
Em Março de 2007 termina o mandato de Paolo Pinamonti.
Estreia, em Março, das óperas O cavaleiro avarento (Rakhmaninov) e Eine florentinisches Tragodie (Zemlinsky) numa nova produção com a assinatura de Paul Curran e direcção musical de Jonathan Webb. Em Abril estreia Neither de Morton Feldman e, em Julho, a obra Gurrelieder (Schönberg) no âmbito da Temporada Sinfónica.
Paolo Pinamonti, ex-Diretor Artístico do Teatro La Fenice de Veneza, assume funções de Diretor do Conselho Diretivo. Em Julho estreia-se Divara de Azio Corghi, com libreto de José Saramago e a primeira versão de Boris Godunov de Mussorgski.
Estreia-se Le Grand macabre de György Ligeti. O Teatro Camões passa para a tutela do Teatro Nacional de São Carlos.
1998
Estreia-se Os Dias Levantados de António Pinho Vargas, simbolicamente no dia 25 de Abril. Esta produção, para além de outras, foi apresentada em coprodução com a Expo 98. Em Maio é extinta a Fundação de São Carlos. O Teatro Nacional de São Carlos passa a Instituto Público com Paulo Ferreira de Castro nos cargos de Diretor e Diretor Artístico.
1996
Paulo Ferreira de Castro regressa à Fundação de São Carlos e acumula os cargos de Membro do Conselho de Administração e Diretor Artístico.
1995
Paulo Ferreira de Castro demite-se do cargo. João Pereira Bastos é convidado para Diretor Artístico.
1994
A programação do Teatro Nacional de São Carlos é apresentada em parte no âmbito da Lisboa 94 – Capital Europeia da Cultura.
1993
Comemorações do bicentenário do Teatro Nacional de S. Carlos. É criada a Orquestra Sinfónica do Teatro Nacional de S. Carlos. É criada a Fundação de São Carlos, sob a presidência de Manuel E. Machado Macedo, para tutelar o Coro e a recém-criada Orquestra Sinfónica Portuguesa. Paulo Ferreira de Castro assume o cargo de Diretor Artístico.
1992
É extinta a Empresa Pública do Teatro Nacional de S. Carlos.
É nomeado um novo Conselho de Administração, presidido por Luís Barbosa e com José Ribeiro da Fonte como Diretor Artístico e de Produção.
Estreia-se Kurt Weill com a ópera Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny. É criada a revista São Carlos, órgão oficial do Teatro.
1985
João de Freitas Branco é nomeado Diretor Artístico e de Produção.
1981
João Paes é substituído por José Serra Formigal como Presidente do Conselho de Gerência.
1980
O S. Carlos passa a Empresa Pública.
Criação da Companhia Nacional de Bailado.
1976
Estreia-se Penderecki com a ópera Diably z Londun.
1976
João de Freitas Branco é substituído por João Paes. Dá-se início à criação de uma companhia residente que realiza também digressões pelo País.
1972
Estreia-se Schönberg com a ópera Erwartung, e Stravinski com a ópera The Rake’s Progress (em francês).
1971
Estreia da ópera Lulu de Alban Berg.
1970
Por morte de José Duarte de Figueiredo, João de Freitas Branco é nomeado diretor do Teatro.
Estreia-se Britten com a ópera Albert Herring (em alemão).
Estreia-se Alban Berg com a ópera Wozzeck.
O Teatro é integrado na Direção-Geral do Ensino Superior e das Belas-Artes do Ministério da Educação, sendo nomeado para seu diretor vitalício José Duarte de Figueiredo. Recomeço oficial das temporadas de ópera.
1943
Festivais Comemorativos do 150.º Aniversário do Teatro Nacional de São Carlos com um programa totalmente nacional.
1940
Reabertura do Teatro com a ópera D. João IV de Rui Coelho (1 de Dezembro).
Obras de restauro dirigidas por Guilherme Rebelo de Andrade.
O Teatro é encerrado.
Estreia-se Debussy com a ópera Pelléas et Mélisande.
1923
Estreia-se Mussorgski com a ópera Boris Godunov.
1920
Parsifal de Wagner.
1918
Espetáculos dos Ballets Russes de Diaghilev.
1912 a 1920
O Teatro permanece quase sempre encerrado não se realizando espetáculos de ópera. Os Ballets Russes de Diaghilev realizaram em 1918 os únicos espetáculos apresentados no TNSC durante estes anos.
Estreia-se Richard Strauss com a ópera Salomé e Der Ring des Nibelungen de Wagner. Restauro do Teatro dirigido por Ventura Terra.
1906 e 1907
Óperas dirigidas por Leoncavallo e Umberto Giordano e concertos dirigidos por Camille Saint-Saëns.
1894
Estreia-se Puccini com a ópera Manon Lescaut.
1890
É colocada uma cortina de ferro entre o palco e a sala.
1888
Integração de um edifício contíguo (hoje o n.º 9 da Rua Serpa Pinto) para camarins, salas de ensaio, costura e guarda-roupa.
1887
Instala-se definitivamente a iluminação elétrica.
1883
Estreia-se Wagner com a ópera Lohengrin. Primeira experiência com iluminação elétrica.
1880 a 1889
Instala-se no Teatro o cenógrafo Manini.
1865
Estreia-se Gounod com a ópera Faust (em italiano).
1854
O Teatro é comprado pelo Estado aos acionistas privados.
Estreia-se Verdi com a ópera Nabucodonosor.
1838
Estreia-se Meyerbeer com a ópera Robert le diable (em italiano).
1836 a 1879
Instala-se no Teatro o cenógrafo G. Cinatti.
1834
Estreia-se Bellini com as óperas Il pirata e La sonnambula.
1828 a 1834
Encerramento motivado pela Guerra Civil.
1825
Estreia-se Donizetti com a ópera Zoraida di Granata.
1815
Estreia-se Rossini com a ópera Tancredi.
1779
Levantada a interdição às mulheres de pisarem o palco.
1796
É concluído o Salão das Oratórias, hoje Salão Nobre.
1793
É inaugurado o TNSC a 30 de Junho de 1793.